quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nunca...

Para os incrédulos.

Para os pobres de espírito.

Para aqueles que decretam a derrota alheia antes da luta.

Para os que fazem isto com a própria batalha.

Para os que já tinham seus textos prontos, perto do fim...mas longe do final.

Para os que dormem, comem, trabalham, descansam...respiram indiferença contra o gritante.

Contra o óbvio mais do que ululante.

A pujante força da superação há de clarear o dia.

Os que negam, hão de se curvar.

O Fluminense é forte, é grande.

É a vibração de uma massa com endereço e rosto.

Passado, presente e, acima de tudo, futuro.

Coração, esperança e iluminação.

Em nossa trajetória, hino, uniforme e pavilhão.

Não, o Fluminense não vai se apequenar.

Diante das adversidades. Dos adversários maldosos.

Da superioridade alheia.

O Fluminense não olha só para cima, ou para baixo.

O Fluminense é diagonal, transversal, espiral.

Côncavo, convexo.

É plano e antimatéria. É matemático e metafísico.

Mistura complexa de simplicidade e vocação.

Cruz e espada. Fardo e plenitude.

Dor libertária. Prazer infinito.

Se no fim da estrada há uma derrota, é sinal de que não é o fim.

É a chance do recomeço.

E o Fluminense recomeça sua história dia após dia.

Gol após gol.

Desvencilhando-se dos grilhões da mediocridade dos homens que, de nós, fazem uso.

E teimam em colocar-nos em tamanho menor.

Nosso esquadro é gigante.

Nosso espírito, ao quadrado, à enésima potência.

Portanto,
À Humanidade,

Aprenda, de uma vez por todas:

NUNCA DUVIDE DO FLUMINENSE!

Nós nos levantaremos outra vez.

E outra vez.

E outra vez.

Somos predestinados à luta.

A buscar glórias no caminho, sabendo-se que a nossa hora irá chegar.

Não a dos foguetórios efêmeros. Festejos do hoje, fadados ao ostracismo do amanhã.

Ao Tricolor, cabe mais.

Cabe a grandeza de pôr-se de pé, vitorioso.

Sangrando das feridas, cicatrizando com um grito de gol.

Do triunfo maior.

Com a razão e a emoção postas à prova, chega-se a conclusão atemporal:

Em qualquer lugar, és grande, Fluminense Football Club.

E seremos ainda maiores!

(texto publicado sem revisão)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Musa

Inspiração pós-futebol. Lembrando do passado, imaginando bastante. Bebendo de fontes beatniks de águas cristalinas em altos lagos encravados em gélidas montanhas. Vagabundo Iluminado madrugador.


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MUSA

Em um corredor qualquer, te vi.
Doce e sensível. Linda!
Vestido casual, de uma simplicidade estonteante.
Pernas de fora. Ombros de fora. Um leve decote.
Um rosto com traços perfeitos em cada defeitinho.
Curvas melódicas, sinfônicas em um espaço surdo-mudo.
Notas precisas, na frequencia exata.
Heroína burguesa de uma dinastia classe-mediana.
Cheia de aspirações em seu suado trono.
Virtuosa e aplicada.
Quase imperceptível. Delicada.
Nada demais.
Demais!

Aquele corredor já não é um qualquer.
Nem eu nem você.
Para mim, agora, éramos nós.
Eu, sem saber seu nome.
Você, sem me notar.
Em sintonia.
Separados somente pela distância de uma realidade.
Mas o mundo dá voltas.
E eu vou voltar a te ver.
E aí, você me verá.

E cá estamos, na casualidade do destino.
Em mais um corredor.
Pouco importa o fato de estudarmos no mesmo local.
Pouco me importam os fatos.
O que se apresenta é: não consigo parar de pensar em você.
Amaldiçoada visão!
Já me valeram os olhos.
Desta vez, aproximo minha rota da sua.
Penso no que devo falar.
Sei que não vou falar nada.
Mas olho.
Te encaro como quem declara guerra!
Como quem declama o poema derradeiro.
Como quem vai conquistar a vitória de uma vida!
Motivo de tudo e de nada.
Berro minha existência pelos olhos para que seu mundo me ouça.
E você me respondeu com um sorriso.
Na verdade, um quase sorriso.
Quase entediado, perdido em lábios tímidos.
Quase perfeito.

Descobri que te amo.
Secretamente, me lembro disso todos os dias.
E os encontros já são comuns.
Você, do seu lado, em seu universo.
Eu, aqui, em outra galáxia.
A Via Láctea sem saída, de estrelas solitárias.
Olhando para o seu brilho como se buscasse um sol.
Como num poema brega, clichê.
Puro e incauto.
Quase bobo.

Mais um corredor qualquer.
Mais uma vez, eu e você.
Só que agora, nós já nos conhecemos.
Estudamos em uma mesma sala.
E nela, me esbaldo!
Se perfume me embebeda.
Me faz querer acordar com sua essência em pêlo.
Nos meus.
Bacante, regada à vinho.
Seu sorriso, agora, é mais amigável. Aberto a diálogos.
Personagem de um enredo tragicômico.
Mal sabe você o quanto sua boca já me falou em leves movimentos.
E o quanto eu ainda gostaria de dizer em toques gentis.
Quanto mais próxima, mais longe.
Menos coragem.
Medo de quê?

O "não" não é o fim.
Não te ter não é a maior punição.
Maior punição é te perder.
Deixar de ter, em você, alguém que me completa.
Que me beija depois de dormir.
E me deseja um bom dia antes de acordar.
Que faz morada em meu vocabulário simbólico.
Virou verbete de dicionário.
Virou verbo. Pronome. Adjetivo.
Mudou as regras do jogo.

Pior não era te perder.
Não há maior catástrofe do que te realizar.
Te aprisionar em um pedaço de carne errante.
Cheia de vícios.
Chata e mundana.
Cotidiana.
Sensorial e perecível.
Palatável e possível.
Fadada à infalível fórmula da vida.
Descartável.

E aí, entendi qual era a verdadeira vitória.
Eu só poderia possuir você sem a posse.
Só poderia dar o beijo perfeito sem a tua boca.
Só atingiria o êxtase sem a tua carne.
Minha Ode sem teu Ide.
Minha paixão sem objeto.
Abstratamente concretizada em minhas neuroses.
Encravada em meu córtex.
Dormindo em simbolismos e mensagens cifradas.

Decidi não ter você.
E tê-la para sempre.
Sem reciprocidade, nem data de validade.
Pura.
Emanada de alguém, para mim.
Download livre e gratuíto, sem ônus.
Refém de minha projeção.
Idéia de você.
Louco, eu.

Sem te ter, digo com toda a certeza:
Só ganho com sua ausência.
Sua ignorância.
Longe dos intolerantes grilhões do convívio.
Longe de você, te devoro.
Sem que você saiba, Deus me livre!

No fundo, eu sei que você me ama.
E, para mim, você não passa de um binquedo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Como robar dulce de chiquitos...

Agora, são 22 Libertadores para lá, e 13 para cá.

Quer mais?

Vices: 8 deles, 15 nossos. Ou seja: chegamos em finais quase tanto quanto eles, mas, na hora do vamoos ver, eles "veem" mais.

Brasil x Argentina:

Brasil 3: (Santos 1962, Cruzeiro 1976 e São Paulo 1992)

Argentina 9: (Estudiantes 1968, Independiente 1974, Boca 1977, Independiente 1984, Vélez 1994, Boca 2000, Boca 2003, Boca 2007, Estudiantes 2009)

Derrotas decidindo em casa (sem contar as duas finais entre brasileiros):

Brasil 8 x 2 Argentina

A nós, brasileiros, resta falar que a seleção deles não engraxa a nossa chuteira.

É, não engraxa mesmo.

Mas se formos olhar a Copa América...

Bom, deixa pra lá.

Cruzeiro cai diante da soberba

Henrique arrisca, a bola desvia e entra no canto do goleiro. Cruzeiro 1 a 0. Mineirão lotado. Adversário acuado, sem conseguir sair muito para o jogo. O que fazer?

Bem, vou dizer o que foi feito pelo Cruzeiro.

Achou que a partida estava dominada. Ao invés de aproveitar o embalo e empurrar os argentinos para dentro do gol, tocou a bola para deixar o tempo passar. Isso, aos 6 minutos do segundo tempo.

E veio a displiscência. Verón - logo ele - recebe sozinho na linha do meio de campo. Corre em diagonal e descobre o lateral Cellay livre na direita. Sem ser muito incomodado, ele cruza. A bola passa por todo mundo, menos por Fernández. E passa por Fábio. Partida empatada aos 12 do segundo tempo.

Pacientemente, o Estudiantes foi arrumando uma faltinha aqui, parando o jogo ali. Escanteio. Verón cobra, a zaga celeste novamente cochila e a bola dorme mansa na rede após cabeceio de Boselli, artilheiro da Libertadores com 8 gols. Virada dos Pinchas aos 27 da etapa final.

Daí para frente foi o desespero da talentosa, porém, pouco malandra equipe brasileira contra a previsível, porém, estrategista equipe argentina. Mais uma taça nas mãos deles.

Esta conquista foi a quarta do Estudiantes na Libertadores. Mais do que qualquer time brasileiro. Isso porque, no geral, está atrás de outras duas equipes portenhas - Independiente (7) e Boca Juniors (6).

Falando em números, se somandos os títulos dessas duas esquadras, iguala-se com o total de todas as equipes brasileiras (13).

Por que?

Pois os argeentinos sabem jogar esta competição. Sabem decidir. Pelo simples fato de que não enxergam a partida como a simples busca de um gol. Para eles, é guerra. Por espaços, pela bola. Por um lateral. Passional e cerebral. Tesão e raciocínio. E, muitas vezes, talento também.

A diferença básica é que o brasileiro gosta de jogar bola - e dar show, se possível. Já o argentino, antes de tudo, não gosta de perder.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Quarta e quinta quentes - CB e LA

Dois gols de diferença. Vantagem para o time que jogou a primeira em casa. Desvantagens para os gaúchos. Decisão em Porto Alegre. Mais semelhanças? No fim...

Internacional x Corinthians

O resultado do 1° jogo vai forçar as duas equipes a fugirem de suas características.

O Inter gosta de parar o jogo no meio de campo. Sai rápido para o contra-ataque. Marca e ataca em bloco. Mas vai ter que jogar com mais paciência e, ao invés de explorar os espaços vazios, terá de criá-los. A pressão da torcida colorada será insana.

O Timão gosta da posse de bola, de rodar mais o jogo. Tem contra-ataque forte também, joga em velocidade. Mas é um time que não marca tão bem. E a marcação será esencial para segurar o ímpeto do Inter. Mano vai ter que lembrar de como é montar um bom ferrolho sem ser passivo.

Minha aposta? Corinthians campeão da Copa do Brasil.

Grêmio x Cruzeiro

O Tricolor Gaúcho gosta muito da bola parada e de jogadas aéreas. A dupla Tcheco e Souza sabe cadenciar o jogo e chegar perto da área para finalizar. Mas o time é previsível. Autuori vai apostar na pressão das bolas na área e no caldeirão do Olímpico.

A Raposa joga um futebol insinuante. O meio-de-campo roda a bola e se movimenta muito. Os laterais participam bem o jogo, em diagonal principalmente. O time chuta de longe, entra tabelando, aposta em cruzamentos. Completinho. É a hora de mostrar poder de decisão e experiência.

Dá Cruzeiro na final da Libertadores.

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Lembra das semelhanças?

Planejamento. Em maior ou menor nível, os quatro clubes são afeitos às estratégias de longo prazo e a um trabalho racional. Sem atrasos de salário, boas condições de treinamento, contratações balanceadas, boa observação de mercado e revelação de jogadores.

Gaúchos apostam na adesão em massa dos sócio-torcedores para gerar receitas fixas. Além disso, gostam de trabalhar com calma, investindo na base e na recuperação de atletas desgastados em outros centros. Ah, e um espírito (gerencial e cultural) agregador, de união e espírito de guerrilha.

o Corinthians, em um forte projeto de Marketing (leia-se Ronaldo), que não interfere na rotina de campo. E também sabe contratar. Tem projeto para jogar e para ganhar dinheiro.

No Cruzeiro, a melhor característica é saber trazer atletas "úteis", operários com boa técnica, e mesclá-los aos talentos da casa, além de, eventualmente, trazer um bom jogador com idade para futura revenda.

Fora os protagonistas desta quarta-feira, o futebol brasileiro pode contar com a solidez do São Paulo (apesar da crise atual), e só. O resto, depende de lampejos esporádicos.

Na era dos pontos corridos, o primeiro escalão é este.

Blog em movimento

Nem que seja parado. Me proponho, neste espaço, a falar das minhas paixões e partilhar minhas opiniões sobre futebol, música, política, economia, filosofia barata, vida na cidade, internet, besteiras da internet, etc.