terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Por que?



Você não vê a causa, cego pelas consequências.
Mas sente.
Uma sensação esquisita, de que há algo errado.
Você pode quase tocar, localizar, descrever.
Mas não consegue explicar.

Entendo você.
Também sei o que é isso.
Não saber o que é isso.
E repetir a fórmula errada.
De Natal em Natal.
Pulando um Carnaval sem música.
Uma folia sem reis, a realeza surreal,
Da realidade sem graça do deserto ideal.

Somos pó e sujeira, frutos de um acaso histriônico.
Estamos surdos e mudos pelo espaço-tempo.
A misericórdia do imponderável nos põe de pé,
E a lógica nos atordoa.
Precisamos fugir.

Drogas em forma de pessoas, goles de ingratidão,
Personalissimamente vãos.
Entorpecidos pela completa ausência de qualquer coisa que o valha.
Nada tem valor, nada tem sabor.
Gordos de nós mesmos.

Eu não sei explicar, mas sinto.

Por que?

Me pergunto, receoso de saber. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário