quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sozinho

7h da manhã, sozinho na redação.
Imagino o mundo sem mais ninguém.
Enfadonho!
Tudo perde o sentido.
Sempre estamos entre uns e outros.
Pegando de cá e levando pra lá.
Ir e vir de coisas, informações, carinhos, decepções.
Elos de ligação de uma corrente invisível.

Corrente esta cheia de pontos fracos,
de falhas incorrigíveis,
mas que se mantém firme, conectada e funcional.
Cordeirinhos, mesmo os mais rebeldes.
Não tem jeito.
Estamos presos um no outro, neste jogo cármico.
Mas quem move as peças?

O livre arbítrio?
A mão de Adam Smith?
O vento do vazio infinito budista?
A determinação de um Deus onipresente e controlador?
A ciência e quem a controla?
Ectoplasmaticamente envoltos?

Não sei.
Só me sinto ligado à você mais do que nunca.
Preso nesta massa amorfa de coisas táteis e invisíveis.
Estamos no mesmo barco, e ele está afundando.

São 7h42 e ainda estou sozinho na redação.

Sozinho?

Não creio.

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