quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quarta-feira de lições (Parte 2)

Não vou copiar-colar a Intro. Pode ler no post anterior ;)



ORGANIZAÇÃO (VITÓRIA 2 X O VASCO)

Ao contrário da Inter de Mourinho (mesmo considerando as devidas proporções), o Vasco que se vê é uma zona em campo. Refém dos lampejos de Philippe Coutinho e da garra de Carlos Alberto. Previsível. Levando-se em conta o nível do futebol brasileiro, não dá para se dizer que não tenha peças para, ao menos, montar uma equipe decente. O que se viu no Barradão, contra o Vitória, foi uma equipe para brigar na parte de baixo da tabela no Brasileirão.

Não que o Leão da Barra seja um primor de técnica e organização. Mas, mesmo sem sê-lo, ganhou por 2 a 0 e vai à São Januário com uma boa vantagem.

Gaúcho balança, e com alguma razão. Ainda não mostrou ao que veio.


AMIBIÇÃO (UNIVERSITÁRIO-PER 0 X 0 SÃO PAULO)

O São Paulo visitou o Universitário, do Peru. Claramente, o tricolor paulista é mais time. Se ainda não se consolidou como equipe, o esboço que hoje existe é superior ao aplicado, porém, limitado time peruano. No entanto, faltou ambição.

Alguém já vai levantando para lembrar que a expulsão de Richarlyson prejudicou a equipe. Tá, um a menos nunca ajuda. Mas o que faltou ao São Paulo foi ambição. Na hora de recompor a defesa, Ricardo Gomes tirou Marlos para colocar Júnior César, e matou a válvula de escape do time. Dagoberto, mal, ficou em campo. Washington, isolado, também. O Universitário não criava o suficiente para justificar a precaução exagerada. E o que se mostrou no restante do jogo foi a superioridade tricolor, que ameaçou timidamente a meta adversária com as já enfadonhas bolas aéreas. Time de uma tecla só.

Ambição. O que faltou ao São Paulo no duelo contra o Santos no Paulistão, faltou na Libertadores contra o Universitário.


CORAGEM (FLAMENGO 1 X 0 CORINTHIANS)

Em oposição ao São Paulo, o Flamengo foi corajoso contra o Corinthians. Não, o rubro-negro não jogou bem, nem o Corinthians. Afinal, o Maracanã tava numa noite “Júlio DeLamare” graças à chuva. Mas, partiu para cima. Desorganizado na criação, Adriano fora de forma...mas não abriu mão de tomar a iniciativa.

Michael foi expulso. Corinthians com mais qualidade técnica. O que o técnico interino Rogério Lourenço poderia fazer? Tirar o inoperante Adriano ou o isolado Vagner Love lá da frente?

Não. Manteve a mesma estrutura. Dois atacantes, três homens no meio, Juan e Léo Moura puxando contra-ataques. Pênalti conquistado, Adriano bate. Um a zero Flamengo.

Mano Menezes mexe. Arrisca no intuito de sufocar o Flamengo. Mas não consegue. Não tão bem quanto a Inter de Mourinho, mas de forma eficiente, os rubro-negros montam uma boa parede e impedem um Corinthians pouco inspirado de empatar.

O Flamengo leva uma vantagem pequena para o Pacaembu. Não dá para descartar o Timão, mas Ronaldo e companhia vão ter que jogar de verdade, o que não aconteceu no Maracanã.

Vale um OBS para a atuação ridícula de Ronaldo, totalmente fora de forma física e técnica.

Vale outro OBS para a marra de Adriano. Não sabe lidar com críticas? Faça por onde, ué...não pode é faltar a um monte de treinos, desfalcar o time em jogos decisivos por motivos questionáveis e querer aplausos eternos.

Fez um gol de pênalti e a torcida cantou o seu perdão. Adriano não comemorou, olhou feio para a galera e fez biquinho. Tanto na bola quanto na atitude, não merece ir à Copa. Uma pena.


PODER DE DECISÃO (ATLÉTICO-MG 3 X 2 SANTOS)

O Atlético Mineiro não se intimidou ao enfrentar os Meninos da Vila. Partiu pra cima de forma consistente. Não mostrou medo do volume ofensivo santista. Em casa, o Galo jogou e deixou jogar.

Num duelo de bons técnicos, Luxemburgo e Dorival Júnior mostraram suas garras. O Atlético veio com um 4-4-2 que variava para um 4-3-3 graças à versatilidade de Fabiano. No Santos, a linha de três jogadores de movimentação e criação no setor ofensivo – Ganso, Wesley e Robinho – dava o ritmo de uma equipe que muda durante a partida. Dois times de vocação ofensiva, jogando pra frente como arma para bater o adversário.

Tão estratégicos quanto Mourinho e sua retranca. Questão de respeitar as valências e as carências de suas equipes.

Uma partida aberta, decidida no talento de Diego Tardelli. Três gols típicos de um matador. Longe de ser um atacante fantástico como promete ser Neymar (que não jogou), mas eficiente em seu ofício.

Mas o Santos é mais time, e isso se mostrou no fato de, mesmo jogando menos que o adversário, fez dois gols em jogadas bem trabalhadas. Ganso, Wesley e Robinho. Aquele trio que joga solto pelo campo. Criação.

Poder de decisão que pode decidir o confronto.

O Galo fez três e jogou melhor. Mas não soube matar o confronto. Pode ser que não tenha a mesma chance na Vila Belmiro.

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