Pai abusivo e mãe depressiva.
Pai preguiçoso e mãe alcoólatra.
Pai ausente e mãe permissiva.
Pai adúltero e mãe controladora.
Pai agressivo e mãe passiva.
Pai destrutivo, mãe reclusa.
Pais divorciados, morou com a mãe.
Pais divorciados, morou com o pai.
Pais divorciados, morou com algum outro parente.
Pais divorciados, viveu em mudança.
Órfão de pai, mãe enérgica.
Órfão de mãe, pai negligente.
Órfão de pai e mãe.
Filho adotivo. Sabido ou descoberto com o tempo.
Criado pelos avós.
Criado pelos tios.
Criado por institutos, instituições e instituídos.
Criados pela rua.
Cruzes de berço, de casa, de sangue.
Deus e o Amor na ausência e na presença.
A primeira crença, a primeira noção de sociedade.
A primeira dor. A dor fundamental.
O fantasma e a cruz.
A eterna sombra sobre nossos ombros.
Abandono.
Sim, estamos sós, eu e você. Todos nós.
Lutando contra nós mesmos, nosso passado que vai e volta.
E nós o repetimos.
E nos tornamos pais e mães.
Ninguém é vítima. Ninguém tem culpa.
E todos temos muita. Tanto como pais quanto como filhos.
Somos a interseção entre dois acidentes, e um acidente em si.
Magia da criação.
A dor que impulsiona o belo e alimenta o monstro. Tudo ao mesmo tempo.
Vida.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário