domingo, 10 de fevereiro de 2013

Um evento

Em uma mesa, o Passado, o Presente e o Futuro. Todos com semblante preocupado. Um silêncio sepulcral. Olhares se cruzam, como se quisessem falar. Mas tudo se entendia sem dizer.

Não havia o que dizer.

Os três estavam amarrados à este evento.

O nó que une três cordas. O cruzamento de rios bravios. Correnteza de águas, detritos e sedimentos.

Um único sentimento, no choque dos caminhos.

Tortuosa conjectura de acontecimentos.

Da colisão, a dor.

Da dor, a resposta.

Da resposta, uma conclusão.

Nada mais será igual.

Foi.

É.

Será.

Deste instante, tudo é o novo. Inclusive o velho.

No espelho, os olhos captam o que não escapa.

De resto, foi-se.

Morrem possibilidades, surge a estrada de pedra.

Mas há uma curva adiante.

Ao quer parece, uma bifurcação.

Qual será o caminho?

Os três se olham, e se levantam. Cada um segue sua direção. Mudados por este encontro.

Perguntas...

Respostas em ampulhetas imperfeitas.

Nas mãos do Senhor da Poeira, se vão as três figuras.

Em passos errantes...