sexta-feira, 16 de julho de 2010

Brzl

Em casa, mas no direction home. Vendo e ouvindo Bob e suas histórias. Allen passou e deu oi. Parei tudo e fui escrever.

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Brasil...ô Brasil!
Para com isso, já cansou.
Não quero mais viver de migalhas.
Não quero mais viver para impostos,
impostores,
empostados.
Empossados por nós mesmos.
Pobres coitados!

Cansei do medo de sair na rua,
cansei das bundas forçadas,
das celebridades,
peladas,
desnudas de tudo, menos de olhares,
dos olhos de quem não se cansa de ver o mundo passar
e passam juntos com a boiada.

Não suporto te ver em mãos vermelhas, azuis, brancas, verdes e amarelas,
e caminhar sempre para um futuro mais negro.
País do futuro. Sei...

Perco a esperança quando te leio nos jornais,
e, principalmente, quando vejo sua foto estampada com tarja preta na cara,
iniciais e multidão revoltada,
tudo fachada para esconder a verdadeira bocada,
suja e mal lavada,
com bafo de morte,
da carne do Zé ninguém, mastigada.

Por mais que eu creia na beleza que passa e na onda que molha meus pés,
não dou risada.

Subo ao topo do pico da neblina e não vejo nada,
só escuto.
Puto da vida em saber que ali não é mais alto do que da pilha de papel do planalto,
Everest burocrático que entrava e escamoteia,
escraviza bolsos e derruba bolsas,
e solta balões em junho para fazer queimadas.

Nos comerciais, vejo a vida passando de canal em canal,
E nenhuma novidade.
Se bem que preciso mesmo de um tênis novo.
E um emprego.

Alguém tem que pagar as contas,
e apagar a luz.
Mas vou deixar a água correndo,
e mergulhar no ralo do chuveiro para ir nadando até o esgoto,
e, com a merda,
boiar até o Oceano Atlântico.

Quem sabe assim me vejo livre de você, Brasil,
ou talvez seja melhor você nos descartar.
Sim, nós, os carcamanos do fascismo cara-de-pau burguês reacionário.
Ou qualquer blábláblá que acalme minha consciência.

Gottra drink, man.
Tô saindo fora.

#Querumchopp?

Melhor assim.

Fóloumí que tánaboa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Poetas perdidos

Uma geração inteira de poetas perdidos.
Estraçalhados em baias,
aprisionados em ilhas
e cegos por planilhas.
Vivendo softwares,
em piloto automático.
Pensando em cifras,
nada musicais,
por necessidade.
São os tempos, eu sei.
Não se luta contra a evolução.
Mas se evolui também.
E a repressão do poeta não é crescimento, é adequação.
Isso não.

E seguem as hordas,
esbravejando em celulares,
andando aos pares,
em milhares,
em bares e embates,
baladas baratas para esquecer a verdade.
Triste verdade da condição humana,
o poeta contra a própria natureza.
Replicando a criação já criada,
e aquivando a criação malcriada.
Se fazendo de ferramenta, alimentando um sistema,
sendo necessário, e necessariamente remunerado.
Esse é o jogo, eu sei.
Mas joga-se também, toma-se o controle.

Aliás...controle, necessário.
Ilusões,
disso, os poetas entendem.
E por que se cegam diante delas?
Não é a paixão inventada,
é o esconderijo seguro.
Abrigo amigo que me impede de ser quem eu tenho medo de ser.
Sem saber que já sou.

O mundo não precisa de mais um apertador de botão.
E se precisar, deixe para outro.
A liberdade da poesia é para poucos.
(E já somos muitos, esses subutilizados poucos)
A criatividade de verdade, e não a da publicidade que vende obediência (sem maldade),
o poder de fazer nascer, do nada, tudo.
Um mundo em trasnformação no confronto entre a matéria-prima mundana e o pensamento revirante,
revoltado e revoltante.

O instante que aprisionamos na mente e libertamos em palavras.

O grito, em cada micronésimo de decibel da dissonância das cordas vocais em vibração;

O olhar, em cada partícula de poeira que se esconde no invisível do ar, porém, é testemunha de tudo aquilo que a alma pode dizer na força dos olhos;

O beijo, e cada molécula da água da saliva que já percorreu rios e oceanos, já foi ar, já foi terra, já foi sangue e já fez história, e hoje está entre você e quem você ama - para depois transitar para o imponderável.

A poesia é para quem é poesia.
Palavra em movimento.

E você teima em se esconder de você.
Gato e rato convivendo em um sótão escuro, cheio de riquezas,
abandonado.
E senta de novo em seu computador.
"Pela necessidade".
Fuga, meu irmão, é fuga.
O mundo é teu, e você não toma posse.
Não quer? Foda-se.
Fica aí na sua mesinha.
Vá comprar móveis novos para preencher o vazio lotado da sua sala de estar.
Engula um sanduba e não mate de vez a sua fome dolorida pela vida em estado de morte.
Vá rodar redemoinhos e aspirar por furacões, e se satisfazer na brisa.
Levante-se agora e vá lá fazer nada pra alguém, em troca de alguma coisa, dando muito para quem te manda e ganhando pouco para quem rala.
Entra na roda que tá tudo certo. Vai melhorar, sim.
Se acalme, tome um rivotril e durma com os anjos.
Amanhã tem trabalho.

Acorde e vá.
Pegue o ônibus e salte.
Caminhe, bata o crachá.
Pegue um café e senta.
Eficiência. Metas. Branding. Brainstorming. Benchmarking.
On demand. Just in Time.
Lassez-faire. Mais-valia.
Respira e vai pra casa.
Crachá, rua.
Pegue o ônibus e salte.
Casa, enfim.
Beijo de boa noite.
"Boa noite".
Boa sorte! Boa morte!
Viva bem assim,
seja feliz, é o que vale!

Mas, lá no fundo,
no nanossegundo entre o sono e a consciência,
na inocência dos desejos,
na inconfidência dos rascunhos escondidos,
poetas.
Não se renegue.
Seja.

sábado, 10 de julho de 2010

Então tá!

Poema alcoolizado, escrito depois das 4h da manhã.

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ENTÃO TÁ

E aí?
Você foi?
Como foi?
Foi em vão?
E então?
Resolveu?
É teu?
Mereceu?
Então tá!

E daí?
Já passou?
Vai rolar?
Será?
Será...
Não dá!
Se não foi, passou.
Se não é, já foi
ou nunca será.
Então tá!

E o que há?
Ah...o que há!
Nada além do que é.
O que não é, não há
nem nunca houve
além do tempo gasto a pensar...
se há,
se é,
e, não.
Então tá!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Copa x Champions x Euro - Estatísticas

Levantei as seguintes estatísticas relacionando a Copa do Mundo com outras competições:

CAMPEÕES DO MUNDO E DA LIGA DOS CAMPEÕES NO MESMO ANO

1974 - ALEMANHA/ BAYERN MUNIQUE: MAIER, SCHWARZENBECK, BREITNER, KAPPELMANN, BECKENBAUER, HOENESS, MULLER

1998 - FRANÇA/ REAL MADRID: KARENBEU

2002 - BRASIL/ REAL MADRID: ROBERTO CARLOS

2010 - HOLANDA/ INTER DE MILÃO: PODE SER SNEIJDER (10° JOGADOR A CONSEGUIR O TÍTULO MAIS IMPORTANTE DE CLUBES E DE SELEÇÕES NO MESMO ANO)


SELEÇÕES FINALISTAS DA COPA E DA ÚLTIMA EDIÇÃO DA EUROCOPA


EURO 1968 - ITÁLIA 2 X 0 IUGOSLÁVIA // COPA 1970 - BRASIL 4 X 1 ITÁLIA

EURO 1972 - ALEMANHA 3 X 0 URSS // COPA 1974 - ALEMANHA 2 X 1 HOLANDA

EURO 1980 - ALEMANHA 2 X 1 BÉLGICA // COPA 1982 - ITÁLIA 3 X 1 ALEMANHA

EURO 2008 - ESPANHA 1 X 0 ALEMANHA // COPA 2010 - ESPANHA OU ALEMANHA X HOLANDA

OU SEJA:

- 4a VEZ QUE UM FINALISTA DA EUROCOPA CHEGA À FINAL DA COPA SEGUINTE

- SE FOR A ESPANHA, É A 4ª VEZ QUE UM VENCEDOR DA EUROCOPA CHEGA À FINAL DA COPA SEGUINTE

- SE FOR A ALEMANHA, É A 3ª VEZ QUE ELA FAZ A FINAL DA EUROCOPA E, SEGUIDAMENTE, A FINAL DA COPA DO MUNDO

- NAS OUTRAS DECISÕES DE COPA, APENAS 1 DAS 3 VEZES O FINALISTA DA EURO GANHOU TAMBÉM A COPA DO MUNDO (1974)



VALE LEMBRAR: ESTA COPA SERÁ A PRIMEIRA EM QUE UMA SELEÇÃO EUROPÉIA VENCERÁ FORA DO CONTINENTE EUROPEU

TAMBÉM VALE LEMBRAR: ALEMANHA E HOLANDA SÃO DOIS DOS PAÍSES COM MAIS DESCENDENTES RESIDINDO NA ÁFRICA DO SUL

SE A ESPANHA PASSAR, SERÁ A PRIMEIRA FINAL DE COPA SEM BRASIL, ARGENTINA, ALEMANHA OU ITÁLIA

OUTRA: ESPANHA E HOLANDA SERIA A 6ª FINAL A GARANTIR UM CAMPEÃO DO MUNDO INÉDITO. OUTRAS: 1930 (ARG X URU), 1934 (ITA X TCH), 1954 (ALE X HUN), 1958 (SUE X BRA) E 1978 (ARG X HOL)

domingo, 4 de julho de 2010

Bicho, Homem e Máquina

O bicho procria
O homem cria
A máquina recria

O bicho é
O homem sabe que é
A máquina é programada pra ser

O bicho faz
O homem produz
A máquina executa

O bicho acorda
O homem desperta
A máquina liga

O bicho se alimenta
O homem come
A máquina carrega

O bicho vê
O homem interpreta
A máquina compara

O bicho urra
O homem fala
A máquina transmite

O bicho morre
O homem deixa saudade
A máquina é descartada

O bicho é bicho
O homem é bicho e máquina
A máquina...recria

quinta-feira, 1 de julho de 2010

7654

Neste intervalo da Copa, decidi jogar uns negocinhos no ar...

7654

Planam os olhos acima do negro mar
A lua está do meu lado
Na janela vejo a altura de um sonho
Com destino e data, mesmo assim, incerto
Temo por instabilidade
Luto contra o estável, porém
O perigo é afrodisíaco. Até a página 15

Me conforto em bocas e ombros
E me desconforto em sua maciez
Pela janela olho tudo passar mais uma vez

Te perco no reflexo do vidro
E te acho sob a luz, do meu lado
Num copo bebo saudade
Com gosto de estragado

Em linhas tortas, transcrevo, vulgar
Toda minha insensatez
No seus olhos, vejo tudo passar mais uma vez

E se de repente, da lua eu cair
E beijar de sangue o chão
Não me lamento por partir
Pois nada teria sido em vão

E antes do adeus
Em uma overdose de lucidez
Tive que relembrar, tudo passar mais uma vez.